quarta-feira, 11 de março de 2009

Juventude Transviada

Não quero me alongar nas linhas, existem textos o suficiente para o tema. A notícia recém deu, eu tô fervilhando, então perdoem o linguajar chulo chulepento, mas eu fico puta com essas manifestações estudantis anti-cotas sociais. Porra, esse pessoal que devia tá num momento idealista (um momento que seja!) das suas vidas e tão aí, indo pra rua lutar pelo seu! Pelo seu digníssimo rabo na cadeira da Universidade Pública. O “coletivo” pelo mérito, que casamento de mau gosto.

Desconfio da sensatez de quem de cara se posicionou convicta e firmemente em relação às cotas raciais. Entendo perfeitamente o argumento de que elas feririam o princípio de igualdade das raças; as cotas raciais – pra mim - não descem redondo. POR OUTRO LADO... acho muito engraçado, quando quem defende apenas as cotas sociais (excluindo as raciais), alega que essas reparariam uma diferença de oportunidades. Ponto. Quem são essas pessoas pra dizerem que não há diferença de oportunidades devido à cor? Brancos?

Acho urgente saber o que os negros pensam sobre isso (ainda que esse levantamento não comporte a complexidade dos argumentos, muito mais importantes do que meros sim/não), acho que quem sente na pele o preconceito são os negros. Quer evidência mais cabal de que há sim uma diferença de tratamento do que o fato de uma galera negra não se declarar negra? O resto é filosofia – muito útil – mas não pele. Gostaria de saber dos negros: as cotas são uma política afirmativa? As cotas afirmam a raça negra?

Marcha pela Paz, Marcha da Família com Deus pela Liberdade... Enfim, além de ter que ficar puta comigo por não fazer número na rua apoiando as cotas sociais, eu tenho que ficar puta com esses bunda-mole desses estudantes que ocupam a praça pública (liberdade dos antigos) por uma luta individualista (liberdade dos modernos), bizarro! O hibridismo é bem-vindo, mas, das análises combinatórias possíveis, essa aí tá toscona demais.

Um comentário:

alice disse...

chulo pá caralho ou não, extremamente pertinente. na verdade estamos acostumados a ser requisitados por posicionamentos sim/não nesse nosso contemporâneo tão bacaninha e flexível pra algumas coisas e tão incrivelmente reducionista pra outras.
o fato é que eu não saberia me posicionar assim de pronto e... sim!!!! essa coisa de pele, essa coisa de pele, como diz a música, ninguém pode resistir a ela. melhor resistir (à liberdade enlatada e individualista) COM ela.
ah, ninguém resiste a essa força, essa coisa de pele.