quinta-feira, 29 de outubro de 2009

amido

O Brasil é doido mesmo... Aqui se faz sushi com manga, o Xis já até esqueceu que foi queijo um dia e em Campinas o cachorro-quente leva purê! E muito! "Se não, não tem a menor graça."

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O buraco.

Ela tá a coisa mais linda nesse vídeo, presentificando todo o conteúdo da própria fala em manifestação corpórea de vertigem, balbucio, respiração curta e incontrolável, que desgoverna o ritmo de uma fala quase sempre extremamente lúcida a respeito de onde deve chegar. Dessa vez não. Ela vacila. Tão mulher, tão normal, a Mônica, tão medrosa e humana, tão mais perto de mim. É realmente amedrontador falar do nosso medo mais íntimo, aquele que inibe, que nos exibe frágil. Mas ainda quero falar da angústia que levantou acampamento e ruma por outros territórios: globalização de gêneros.
http://www.cpflcultura.com.br/posts/videos?page=2
Recomendo os primeiros minutos do vídeo; ou então todo o vídeo para quem quiser acompanhar uma reflexão mais tradicional homens são assim, mulheres são assadas. Conversa válida, muito válida, mas como ponto-de-partida para o debate acerca dos gêneros no contemporâneo, que já é outra história, independente da classe social, dependente do hemisfério mundial.
Sobre o conceito de felicidade ofertado por ele, poucas vezes concordei tanto com uma definição.
Contradizer-se,
que luxo!
Jean Cocteau

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pra quem vai a São Paulo.

Arrisco dizer que Green Express é o melhor lugar pra dançar em que já estive. Talvez o único que me faria sair de casa para dançar da meia-noite às quatro, sem álcool ou outros entorpecentes e sozinha. Não é música eletrônica, nem samba, nem rock, nem de salão. É negro, isso é óbvio. Enfim, só indo. Sextas-feiras.

Veleidades Tropicais é uma peça excelente do grupo Cia do Feijão, que se inspira nos arranjos nacionais pra entorpecer a gente, já que estávamos de carinha desde o Green Express. Mais informações por aqui: http://www.bacante.com.br/revista/critica/veleidades-tropicais. Não li tudo o que eles dizem da peça, mas de todos os modos, confiem em mim. Tem que levar esses caras para o POA em Cena, mas não tenho grandes influências e governabilidades sobre isso. Carina?

ai.

homem e mulher da vida, metade da laranja, O Cara... en todo esto no lo creo, pero que los hay, los hay.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Alma!
Deixa eu ver sua alma
A epiderme da alma
Superfície!
Alma!
Deixa eu tocar sua alma
Com a superfície da palma
Da minha mão
Superfície!...
Easy!
Fique bem easy
Fique sem, nem razão
Da superfície!
Livre!
Fique sim, livre
Fique bem, com razão ou não
Aterrize!...
Alma!
Isso do medo se acalma
Isso de sede se aplaca
Todo pesar não existe
Alma!
Como um reflexo na água
Sobre a última camada
Que fica na
Superfície!...
Crise!
Já acabou, livre
Já passou o meu temor
Do seu medo sem motivo
Riso, de manhã, riso
De neném a água já molhou
A superfície!...
Alma!
Daqui do lado de fora
Nenhuma forma de trauma
Sobrevive!
Abra a sua válvula agora
A sua cápsula alma
Flutua na
Superfície!...
Lisa, que me alisa
Seu suor, o sal que sai do sol
Da superfície!
Simples, devagar, simples
Bem de leve
A alma já pousou
Na superfície!...
Alma!
Daqui do lado de fora
Nenhuma forma de trauma
Sobrevive!
Abra a sua válvula agora
A sua cápsula alma
Flutua na
Superfície!...
Lisa, que me alisa
Seu suor, o sal que sai do sol
Da superfície!
Simples, devagar, simples
Bem de leve
A alma já pousou
Na superfície!...
Alma!
Deixa eu ver sua alma
A epiderme da alma
Superfície!Alma!
Deixa eu tocar sua alma
Com a superfície da palma
Da minha mão
Superfície!...
Alma!
Deixa eu ver!
Deixa eu tocar!
Alma!
Alma!
Deixa eu ver!
Deixa eu tocar!
Alma!
Alma!Superfície
Alma!
Alma!
ALMA!

Zélia Duncan

http://www.youtube.com/watch?v=leZT1qg8iUs

domingo, 4 de outubro de 2009

a mi me gusta el gusto de mescla

Pois é, hoje no almoço fiz uma coisa que eu adoro, mas que não faço à toa pra não banalizar, pra manter o "especial", o divertido. Quibebe, salada de tomate com rúcula bem temperada, pasta de cenoura com alho, arroz e legumes variados ao vapor. Reguei de azeite, vinagre balsâmico. Olhei o prato, pausei, sorri e com a faca e o garfo misturei, misturei tudo, adoro! Vejo a minha mãe inconformada e explico que, com o frio junto ao quente, não quero tornar morno, quero sentir o frio junto com o quente - talvez, claro, agora menos frio e menos quente. Com o docinho junto ao azedinho, não quero um gosto homogêneo nas papilas, quero o contraste. Acho que ela entendeu.
Diário Coletivo, 2006.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

CsO

"O corpo é tão-somente um conjunto de válvulas, represas, comportas, taças ou vasos comunicantes: um nome próprio para cada um, povoamento do Corpo sem Órgãos, Metrópoles, que é preciso manejar com o chicote. O que povoa, o que passa e o que bloqueia?"

pg. 12 do Mil Platôs 3 - Capitalismo e Esquizofrenia, Gilles Deleuze e Félix Guattari.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mulherzona - Semi-árida

Cada uma no seu banheiro em meio a fios-dentais, pêlos e calcinhas:

_ Cara, a menopausa é um desaforo, né?
_ É.
_ Tu sabe que hoje eu ouvi da dentista lá da Unidade que a mulher, na menopausa, tem mais tendência em ter cárie...
_ Han...
_ Porque diminui a salivação, que é um dos fatores que contribui pra prevenção das cáries. Tipo assim, diminui a salivação, a buceta seca, a mulher fica toda menos úmida! Vai tomá no cu, sabe... Achei um desaforo.
_ É, o negócio é tomar hormônio, minha filha, e dê-lhe hormônio!
_ É, negócio é ter câncer de mama.
_ É, hormônio, câncer, arranca as teta, enfia o silicone e fica com a buceta molhada.
_ É.


_ Boa noite!
_ Boa noite!
Inconstância pra todo o sempre
Sempre muda, muda sempre
O inesperado seguramente
A mudança que depende

Varia tudo

A mesmisse de repente
Fica assim eternamente
Inconstância habitualmente
Sem cessar o diferente
Muda repetitivamente. Tititi.