domingo, 5 de abril de 2009

Efeito Kundera

Irena se reprova por seu gesto de mau gosto, com sua caixa de bordeaux; por sua estupidez ao trazer à tona tudo o que as separa: sua longa ausência do país, seus hábitos de estrangeira, sua desenvoltura. Reprova-se ainda mais porque atribui a esse encontro uma grande importância: quer afinal avaliar se pode viver aqui, sentir-se em casa, ter amigos. É por isso que nao quer se sentir humilhada com essa falta de tato, está mesmo disposta a ver nela uma simpática franqueza; aliás, a cerveja a que suas convidadas manifestaram sua fidelidade não é a santa bebida da sinceridade? o filtro que dissipa toda hipocrisia, toda a comédia das boas maneiras? que incita os admiradores a apenas urinar com toda a inocência, a engordar com toda a candura? Realmente as mulheres à sua volta são calorosamente gordas, não param de falar, transbordam de bons conselhos e elogiam Gustaf, cuja existência todas conhecem.
A Ignorância
Minhas sinceras desculpas àqueles com os quais não dividi uma embriaguez de cevada.

2 comentários:

Super disse...

Ebaaa!!
mais Kundera!!
to obsesionada con el tema.
nao escrevo tudo no blog pra nao acharem q to loca, juro.
gracias por fazê-lo :D
bitoca

pedro disse...

ah esse ainda nao li...mas fiquei com vontade de reler "A Imortalidade" que achei muito bom...amanha Bs As! :)