sábado, 5 de fevereiro de 2011
diurnos
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
se eu tivesse um twitter II
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
se eu tivesse um twitter
inspiração no Odessa de Babel - Poa
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
Penélopes
domingo, 26 de setembro de 2010
The Doors
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
continua...
domingo, 5 de setembro de 2010
Aconteceu IV
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
Minha avó tem 90. Não tem mais cabeça pra pensar no que pouco importa. Nos cafés, não prossegue com os assuntos de sociedade, com seus filhos não mais discute política. A ela lhe importam somente os assuntos elementares: como descer do carro sem tropeçar no degrau da calçada, ou ir ao banheiro antes mesmo que tenha vontade para não ser pega desprevenida. Não lhe interessa mais se minhas namoradas dariam boas futuras mães, só o que importa é se elas querem repetir a massa ou se precisam de mais cobertor para a noite. Minha vó não tem mais tempo a perder; já não assiste mais ao jornal, acompanha convicta as roletas do silvio santos e se der vontade de dormir no meio do filme, ronca sem pudores. Pouco mais do que como manter o corpo vivo importa.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Ana e as Palavras
Ana não questiona a mediação da palavra. Inesgota as perguntas de si ao limite, até dar-se conta que inexiste caroço, labirinteando por seus possíveis. Sem saber o que sabe, ainda que negue, distrai o tempo na sua lamentada improdutividade, derrama melancolias mornas pelos braços e escreve coisas que lhe faltam. Ana não questiona a mediação da palavra e enlouquece com a etimologia inventada que nasceu na ausência do caroço.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
a moita e o gozo
sábado, 3 de julho de 2010
imperfeito
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Oitavas Palavras
Psicofísica
"Sabem quando parece que vamos tombar com as pessoas nas calçadas? Quando a gente faz um pequeno movimento de desvio para um lado e a pessoa que vem em nossa direção faz um pequeno movimento para o mesmo lado e assim podemos ficar por longos e constrangedores segundos? Pois é, se prestarem atenção, verão que isso só acontece porque as duas pessoas não se olharam no olho. Se o fizessem, parariam no mesmo instante com a titubeação e, pela comunicação entre as retinas, saberiam pra que lado cada uma deveria seguir de modo a não se colidirem."
terça-feira, 9 de março de 2010
Riveira, frente e fundos.
terça-feira, 2 de março de 2010
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
no tempo de um carlton
Em torno de 12 mil réis por mês se ganha num concurso federal desses. Pensativa com o aluguel de fevereiro, pego meu Uninho bordô 2002 e passo pelo bairro Boa Vista pensando "será?". Nas calçadas, mulheres que já foram mais bonitas se dirigem pra academia, saem dos seus condomínios artificialmente super arborizados balançando o rabinho-de-cavalo quimicamente liso e de mechas loiras. "Será que eu tô perdendo meu tempo batalhando pra trabalhar no SUSto?" Já dizia o Domiciano Siqueira: professor e trabalhador de saúde sempre vão ser pobres, pois se descobriu há tempos que pobre é mais bem achado por pobre mesmo, e fica a gente se escravizando, dando os melhores anos das nossas vidas em nome de um lugar que a gente supõe ser ao sol. "Será..?" Mas e será que é possível ganhar 12 mil ao mês e não querer um trambolho de lata cor prata fosca que consuma muita gasolina? Será que é possível ganhar 12 mil e não desejar um salto agulha e o bairro Chácara das Pedras? O que eu faço com o meu sonho de viver com o pé na estrada, ou no meio do mato numa chacarazinha na zona sul, instigada por uma vida intelectual animada e, claro, ainda com o meu super seguro Uninho bordô 2002? Bom, mas quero os meus filhinhos naturebinhas no Amiguinhos do Verde... quanto será que isso custa? Estamos no auge da gostosura, a tez já está madura, já pegou sol sem protetor, não há filhos, há saúde e memória. Com que então gastar esses anos da puta madre? Com livros técnicos pra um futuro promissor? Com Barcelona, arte e amor no plural? Com Brasil ladeira acima, salário abaixo e meu amado, muito amado Uno bordô?
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
amido
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O buraco.
Recomendo os primeiros minutos do vídeo; ou então todo o vídeo para quem quiser acompanhar uma reflexão mais tradicional homens são assim, mulheres são assadas. Conversa válida, muito válida, mas como ponto-de-partida para o debate acerca dos gêneros no contemporâneo, que já é outra história, independente da classe social, dependente do hemisfério mundial.
Sobre o conceito de felicidade ofertado por ele, poucas vezes concordei tanto com uma definição.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Pra quem vai a São Paulo.
ai.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Deixa eu ver sua alma
A epiderme da alma
Superfície!
Alma!
Deixa eu tocar sua alma
Com a superfície da palma
Da minha mão
Superfície!...
Easy!
Fique bem easy
Fique sem, nem razão
Da superfície!
Livre!
Fique sim, livre
Fique bem, com razão ou não
Aterrize!...
Alma!
Isso do medo se acalma
Isso de sede se aplaca
Todo pesar não existe
Alma!
Como um reflexo na água
Sobre a última camada
Que fica na
Superfície!...
Crise!
Já acabou, livre
Já passou o meu temor
Do seu medo sem motivo
Riso, de manhã, riso
De neném a água já molhou
A superfície!...
Alma!
Daqui do lado de fora
Nenhuma forma de trauma
Sobrevive!
Abra a sua válvula agora
A sua cápsula alma
Flutua na
Superfície!...
Lisa, que me alisa
Seu suor, o sal que sai do sol
Da superfície!
Simples, devagar, simples
Bem de leve
A alma já pousou
Na superfície!...
Alma!
Daqui do lado de fora
Nenhuma forma de trauma
Sobrevive!
Abra a sua válvula agora
A sua cápsula alma
Flutua na
Superfície!...
Lisa, que me alisa
Seu suor, o sal que sai do sol
Da superfície!
Simples, devagar, simples
Bem de leve
A alma já pousou
Na superfície!...
Alma!
Deixa eu ver sua alma
A epiderme da alma
Superfície!Alma!
Deixa eu tocar sua alma
Com a superfície da palma
Da minha mão
Superfície!...
Alma!
Deixa eu ver!
Deixa eu tocar!
Alma!
Alma!
Deixa eu ver!
Deixa eu tocar!
Alma!
Alma!Superfície
Alma!
Alma!
ALMA!
http://www.youtube.com/watch?v=leZT1qg8iUs
domingo, 4 de outubro de 2009
a mi me gusta el gusto de mescla
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
CsO
pg. 12 do Mil Platôs 3 - Capitalismo e Esquizofrenia, Gilles Deleuze e Félix Guattari.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Mulherzona - Semi-árida
_ Cara, a menopausa é um desaforo, né?
_ É.
_ Tu sabe que hoje eu ouvi da dentista lá da Unidade que a mulher, na menopausa, tem mais tendência em ter cárie...
_ Han...
_ Porque diminui a salivação, que é um dos fatores que contribui pra prevenção das cáries. Tipo assim, diminui a salivação, a buceta seca, a mulher fica toda menos úmida! Vai tomá no cu, sabe... Achei um desaforo.
_ É, o negócio é tomar hormônio, minha filha, e dê-lhe hormônio!
_ É, negócio é ter câncer de mama.
_ É, hormônio, câncer, arranca as teta, enfia o silicone e fica com a buceta molhada.
_ É.
_ Boa noite!
_ Boa noite!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Mulherzinha - Batom Vermelho
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Sabotagem
A descoberta do Brasil se deu no ano de 2009. O “Forró de R$ 1,00” acontece todo domingo, no meio de uma rua com bares, ao lado de uma praça em Recife. A banda é teatral e sacana, de constranger qualquer um que se toma por malandro diante da implacável e bem dada backing vocal do grupo, sem-vergonha que só. Letras afiadas, som muito bom, só começam quando todos dão - bem gostoso - R$1,00 pro chapéu. Até que isso aconteça, eles improvisam e enrolam, abrindo o espaço para os que queiram recitar sua poesia. É nesse momento que sobem ao palco os doidos. Começam com versos absurdos e ruins; me constrangem, a mim e a todos, imagino. Aguardo a intervenção da banda pra que cortem o momento, retirem o microfone, façam qualquer coisa pra interromper aquela exposição por que estão passando os doidos da praça. Nada. Eles vão até o fim; olho à minha volta e a mais incomodada parece ser eu mesmo. O público reage descontraído, ri, acha ruim, acha nada, enfim, sabe-se lá. Começo a me dar conta do meu espanto sem cúmplices. E não param de chegar ao palco viajandões. Numa hora, o depoimento de uma recém saída da internação psiquiátrica, chapadona de remédio dizendo que tinham cortado ela no braço aqui, aqui e aqui: recebe as boas-vindas da banda pois foi a primeira que se levantou de uma mesa pra dançar, quando, há 3 anos, começou o “Forró de R$ 1,00” na rua. De um lado para o outro, um black power que dançava e ria sozinho, outro que recebia oxum; tinha também uma velha de 80 anos, magricela, musculosa, inteiraça, sedutora pra caralho, total domínio do rebolado e da cabeça que se lançava pra frente e pra trás a la rock&roll. E quando dei por mim, a praça e a rua estavam cheias de loucos, putas, bêbados, estudantes, turistas, elite metida a antropóloga, artistas, velhos, gurizada... era um povo que se desconhecia previamente e que, mesmo assim, dançou sem parar por umas cinco horas, fazendo quadrilha, dançando de par e ciranda – uma das danças circulares típicas de Pernambuco. Em meio a tudo aquilo, percebi o meu próprio senso tutelar, bem aquele que, em nome da proteção e da não exposição, confina, cria simulações, estimula a arte de louco pra louco. Achei aquilo incrível, flagar-me em plena desterritorialização conceptual. Sabotagem cultural! Pensei.
Maraca
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Toda noite é a mesma coisa, eu tento estar atenta ao exato segundo em que adormeço pra ver como é que acontece e, quando vejo, acordo de manhã. Mas essa noite eu saquei a hora exata do sono, vivi a explicação do dormir, foi tão legal que me despertei de novo e prometi que não ia esquecer.
É assim ó, dá sono pensar no trajeto do pensamento que se faz por galhos, fugas por links, associações nem tão livres assim. Retomar o trajeto dos pensamentos produz caminhos que já não fazem mais sentido. Tenta retroceder o pensamento que deu origem ao mais recente, tudo fica uma loucura: alucinação noturna, sonho, e é por esse desligamento da realidade lógica-organizativa, onde as linhas de raciocínio são compartilháveis, que os processos mentais, em alguma instância, se desligam do globo ocular, do tímpano, do olfato.
Há um desligamento com o mundo externo porque há esse desligamento com os sentidos das coisas. Enquanto há sentido lógico-circunscrito, o pensamento se liga aos sentidos, a essa superfície do corpo, mas quando entra a maluquice dos nossos pensamentos, ou melhor, dos nossos sonhos, o sensório desiste de ficar acompanhando, ativado; fica muito distraído com aquele delírio (isso do sentido – sense - e dos cinco sentidos pode dizer alguma coisa sobre a esquizofrenia e as drogas, talvez?).
O delírio - o sonho - é o que faz o cair em sono. Então tem esse jeito aí de induzir o delírio que é tentar pensar como chegamos a pensar o que estamos pensando: é difícil, se desvia e se fantasia, tudo de bom. Todos os dias enlouquecemos e temos barato, for free! pra libertar!
Faz tempo
Faz tempo que eu perdôo
Os desencantos
E já cansei
Das vontades perdidas, do descaso autorizado
Das normas de vida, do verso frustrado
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
As três às gargalhadas: eu, Fabiola e Marta. Mas era risada de dor de barriga. Os barezinhos estavam cheios, passarmos despercebidas era desafio e nunca soubemos do nosso êxito ou não, nossa saudade só queria saber uma das outras. A gente ria, ria, ria e nenhuma conseguia pagar o amigo do estacionamento, nenhuma queria. A Marta, então, se concentrou e conseguiu pagar. A Marta é uma nariguda bonita, o nariz tem muita certeza de que deveria estar ali. Ela sente o nariz tão dela que acabou se afeiçoando por ele. Mas a Marta é muito mais do que o nariz convicto e a cabeleira crespa esbranquiçada; ela é caçadora de emoções, ao ponto de caçar déjà vus. Ao ponto de pegar aleatoriamente um livro (dentre os que nunca leu) e escolher qualquer parágrafo, qualquer trecho, com a intenção de um dia ler inteiro o tal livro e ter um déjà vu ao passar pelo fragmento perdido e esquecido nos anos. É bem essa a Marta.
E aquele carro não chegava nunca, besteiras consecutivas, era tão bom rever as gurias. Sempre gostei delas pelos mesmos motivos da época do colégio, discordamos da mesma natureza de concepção das coisas e nos alfinetamos do mesmo modo de antes; nos reconhecemos. De vez em quando é bem bom revê-las. Estamos meio afastadas, é verdade, mas, quando nos vemos, acabamos nas gargalhadas depois de custar um pouquinho quebrando o gelo.
A Fabíola era a ruiva da turma, porque, em toda turma, alguém deve cumprir esse papel. Sobre grupos, ela tinha uma teoria, que de repente até alguém já escreveu e eu não sei, nem ela, portanto, a teoria dos grupos é dela. A Fabíola diz que não importam os N grupos ao qual uma pessoa pertença, ela vai sempre se deparar com um mesmo papel em todos eles, mesmo que não queira. E assim ela tem vários exemplos: dos caras que sempre são o inconveniente, o engraçado, o líder... nem que seja o discreto, é difícil um vivente se livrar desses papéis ainda que se esforce. Vem daí a fantasia do ser humano de mudar de colégio, de cidade ou de planeta e começar tudo de novo, como a grande chance de ser diferente diante de quem se desconhece, mera ilusão. Olhar pessimista, mas ela insistia no imperativo desses ciclos e suas constâncias para tornar verossímel o seu pequeno constructo. E assim a Fabiola devaneia sobre a angústia do homem que se repete pra se entender, mas não o consegue, não sabe dizer o porquê e não sai daquele déjà vu desbotado.
Déjà vus e Marta. Eu, Marta e Fabiola olhando para o carro que chega. Dou passos mais devagar, Marta dirige e deixo Fabiola escolher se quer ir à frente ou atrás. Na verdade eu sabia que ela escolheria o banco da frente, era configuração praticamente dada, andei devagar como que para criar uma situação na qual fazíamos de conta deixar ao imprevisível nossas escolhas de sentar atrás ou na frente. E percebi isso ao sentar no banco de trás, afinal, elas eram melhores amigas na época do colégio, sempre foram, as duas meio cúmplices, eu deveria ceder; a Fabiola deveria tomar o seu lugar na frente e a Marta deveria assim mesmo querer. Tinha de ser assim, ficaria ruim de outro jeito. Caso contrário, as duas não iriam gostar, sentiriam as coisas nos lugares errados e eu também. Mas isso eu reparei em um segundo, logo veio um assunto e esqueci de pensar em ritornelos. E se elas não perceberam, naquela ocasião, devem ter se dado conta daquilo em outras, essa coisa de se saber que, em alguns momentos, o lugar é no banco de trás; assim, os encontros se mantêm. Até que se queira perder, na insignificância, o trecho já lido.